Algumas horas antes da orquídea ir parar às mãos de May...
Duarte olhou pela janela e viu o primo sair para a rua. Aproveitando aquela manhã de sol, Xavier não pegou no carro mas foi a pé até ao centro da cidade, onde haveria uma grande feira naquele dia. Duarte esperou que o primo se afastasse um bocado, depois pegou no casaco e desceu as escadas a correr para seguí-lo de longe.
Já havia algumas pessoas lá, principalmente aquelas que queriam ser os primeiros a ver tudo o que a feira tinha a oferecer e Xavier também era um desses. Entretanto, Duarte chegou à feira e começou a passear entre as barracas quando sentiu uma mão a bater-lhe no ombro. Virou-se e com um ar surpreendido disse a Xavier:
- Primo, também vieste ver a feira? Pensei que ias encontrar-te com uma rapariga, e como não me apeteceu ficar sozinho em casa, decidi vir ver a feira.
- Haha, nada mau, nada mau... Eu sabia que irias seguir-me. Bem, eu vou encontrar-me com alguém, ou pelo menos tentar, onde não me vais seguir, mas achas mesmo que eu iria de mãos vazias?
- Então até já dão presentes um ao outro... Parece que as coisas estão a correr bem.
- Sim, se não contarmos com o facto dela nunca ter falado comigo... Anda escolher um presente comigo.
- A que horas é esse encontro?
- Não tenho horas.
- Então podemos ir à barraca das apostas e ganhar dinheiro para comprar o melhor presente da feira, que tal?
- Não. Vamos comprar logo o melhor presente, sem apostas.
- Tás a pensar em comprar o quê?
- Provavelmente uma flor...
- Uma flor?! Uma flor vai ser o melhor presente? - Duarte não conseguiu esconder a decepção.
- Tudo depende da flor.
- Tu é que és o mestre. - Duarte seguiu Xavier, olhando sem pachorra para a banca enorme cheia das mais variadas flores. E como Xavier levava tanto tempo a escolher, Duarte sentou-se no banco e começou a olhar para as pessoas que andam por ali... A barraca mais próxima era de pinturas e um pouco afastada, uma jovem desenhava numa tela a cara de alguém a partir de uma foto. Duarte que se interessava bem mais por pintura do que por flores, aproximou-se da barraca observando as exposições e também a rapariga que pintava na entrada. Um homem com cara demasiado antipática para atender as pessoas, pensou Duarte, estava dentro da barraca a controlar os quadros. Ao ver Duarte, disse para a rapariga que estava pintando:
- Anny, anda mostrar os quadros a este cliente.
- Oh, pode continuar a pintar, vim só dar uma vista de olhos enquanto espero que meu primo escolha uma flor para oferecer. E parece que vai lá ficar uma hora...
- Esta barraca é para vender quadros, não para mostrar quadros. - respondeu o homem sem sorrir enquanto ia para o fundo da barraca arrumar coisas.
Duarte afastou-se e ao passar por Anny disse baixinho:
- Boa sorte em tentar vender alguma coisa. Seria melhor se fosse atender os clientes em vez dele...
- Eu sei... Mas não posso fazer nada, trabalho para ele. Então teu primo não sabe que flor escolher? Orquídeas são sempre bonitas...
- Obrigado, vou dizer-lhe. Então vais ficar aqui o dia todo a pintar?
- Provavelmente.
- O quadro dela ainda não está pronto e já tem dono. - disse o homem antipático ao ver que Duarte ainda não se tinha ido embora.
Duarte olhou com pena para Anny e esta encolheu os ombros com expressão: "não faz mal".
- Compra uma orquídea. - disse ao aproximar-se de Xavier, no entanto, este já estava com um vaso na mão com uma orquídea.
- Pensava que ias comprar um ramo, não um planta.
- Os ramos secam, a planta dura. E como não sei se ela gosta realmente de orquídeas, este vaso é uma obra de arte feita a mão, é provável que goste dele. Eu vou-me andando ficas por cá ou vais para casa?
- Se calhar ainda fico por cá um bocado... Depois contas-me tudo, certo?
- Vou pensar no assunto.
Duarte ficou a ver o primo afastar-se com o vaso nas mãos, o que lhe deu vontade de rir. Olhou para Anny que continuava a pintar na tela, pensando se devia ou não comprar alguma coisa, mas depois lembrou-se que não tinha dinheiro e afastou-se.
Xavier apressou o passo e caminhou por aquela rua já conhecida até a janela de uma casa. No entanto a janela estava fechada e ninguém cantava do outro lado. Dando a volta, tocou à campainha.
May parou com as limpezas perguntando-se quem seria, não poderia ser a Sue ainda. Ao abrir a porta deparou-se com um homem que não conhecia com uma orquídea num vaso, na mão.
- Bom dia, passei por cá a semana passada num dia de chuva e ouvi-te cantar ao pé da janela... A verdade é que aquele foi um dia mau para mim e depois de ouvir-te cantar fiquei a sentir-me melhor e queria agradecer por isso, e penso que esta flor até ficaria bem no parapeito da janela... - disse Xavier com um sorriso meio embaraçado.
- Deves estar a falar da minha irmã, ela é que vive aqui, só vim passar cá uns dias com ela.
- Oh desculpa, pensei que fosses mesmo ela, à primeira vista são bastante parecidas...
- É, dizem que sim.
- Será que lhe podias dizer que lhe mandei isto? Já agora, chamo-me Xavier.
- Uma orquídea do Xavier. Será entregue.
- Obrigado e desculpa o incómodo...
Xavier afastou-se da casa, afinal as coisas não tinham corrido bem como ele havia imaginado, mas o principal estava feito. E ao dar a volta viu o vaso no parapeito da janela.
- Pensava que ias comprar um ramo, não um planta.
- Os ramos secam, a planta dura. E como não sei se ela gosta realmente de orquídeas, este vaso é uma obra de arte feita a mão, é provável que goste dele. Eu vou-me andando ficas por cá ou vais para casa?
- Se calhar ainda fico por cá um bocado... Depois contas-me tudo, certo?
- Vou pensar no assunto.
Duarte ficou a ver o primo afastar-se com o vaso nas mãos, o que lhe deu vontade de rir. Olhou para Anny que continuava a pintar na tela, pensando se devia ou não comprar alguma coisa, mas depois lembrou-se que não tinha dinheiro e afastou-se.
Xavier apressou o passo e caminhou por aquela rua já conhecida até a janela de uma casa. No entanto a janela estava fechada e ninguém cantava do outro lado. Dando a volta, tocou à campainha.
May parou com as limpezas perguntando-se quem seria, não poderia ser a Sue ainda. Ao abrir a porta deparou-se com um homem que não conhecia com uma orquídea num vaso, na mão.
- Bom dia, passei por cá a semana passada num dia de chuva e ouvi-te cantar ao pé da janela... A verdade é que aquele foi um dia mau para mim e depois de ouvir-te cantar fiquei a sentir-me melhor e queria agradecer por isso, e penso que esta flor até ficaria bem no parapeito da janela... - disse Xavier com um sorriso meio embaraçado.
- Deves estar a falar da minha irmã, ela é que vive aqui, só vim passar cá uns dias com ela.
- Oh desculpa, pensei que fosses mesmo ela, à primeira vista são bastante parecidas...
- É, dizem que sim.
- Será que lhe podias dizer que lhe mandei isto? Já agora, chamo-me Xavier.
- Uma orquídea do Xavier. Será entregue.
- Obrigado e desculpa o incómodo...
Xavier afastou-se da casa, afinal as coisas não tinham corrido bem como ele havia imaginado, mas o principal estava feito. E ao dar a volta viu o vaso no parapeito da janela.
(continua...)
:D mt bem! livro gratis online às prestações xD
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