domingo, 27 de novembro de 2011

     Custa tanto dizer adeus a uma pessoa que amamos e no entanto... por vezes é o melhor que podemos fazer. 
     E eis que a história fica resolvida. Pela maneira mais dura, pela maneira mais fácil... Vais-te embora e eu fico. Sem nenhuma promessa de espera, sem nenhuma promessa que poderia ser quebrada. Quem diria que as coisas se resolveriam tão facilmente... Vou sentir saudades tuas. Sei que sim, mas quero acreditar que um dia deixarei de senti-las. E desejo ardentemente a chegada desse dia.
     Até lá.

     Ellen

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Entrelinhas da Vida - Capítulo 4 (cont.) - Algo inesperado

     Não sou de escrever textos ou histórias e muito menos diários, nunca fui desse género e penso que nunca serei. Portanto não sei explicar, porque raio me deu para descrever o dia de hoje. Talvez seja pelo facto de ter sido um dia diferente ou um dia que, penso eu, de alguma forma mudará a minha vida ou pelo menos parte dela.
     Não gosto de trovoada, não digo que tenha medo, pelo menos não entro em pânico o que já é bom, simplesmente não gosto. Hoje fez trovoada e de que maneira, parecia que o tecto da escola nos ia cair em cima.
       À tarde, durante a última aula de instrumento, tivemos uma visita. Estava a acompanhar a minha professora de piano com o violino numa música super complicada e foi tão giro porque estávamos tão concentradas a tocar que a chuva e a trovoada pareciam que estavam lá no longe... Estávamos tão empenhadas que nem nos demos conta que dois senhores tinham entrado na sala e estavam a ouvir-nos. Quando acabamos eles foram falar com a professora e por fim veio a grande novidade de que haveria um grande concurso, de vários países do redor, e que eles estavam à procura de talentos nas várias escolas de música para participarem. E querem que eu também participe!
     A professora diz que é uma oportunidade única e que aquilo vai ser de grande valor para a minha aprendizagem. Estou curiosa no que vai dar... E ansiosa também. O concurso vai ser na Alemanha e mesmo que não ganhe mais nada, pelo menos vou ter a viagem para um país que nunca fui.  Daqui a cerca de 4 semanas vou para lá. E agora que voltei para casa e a chuva continua e a trovoada também, meu remédio é continuar a tocar também.  E quanto à escrita, duvido que volte a escrever... Vou buscar o violino.

     Maggie

     

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

    
      Dou por mim muitas vezes a pensar que posso ser muito feliz por não ser igual a muitas pessoas que me rodeiam. Não por acreditar que seja algo melhor  que elas, de forma alguma, mas posso sentir-me feliz por não viver a vida que elas vivem e já viveram. Comparando a minha vida com a delas penso que até é injusto os sofrimento pelo qual essas pessoas passaram e ainda passam e a minha bela vida. É claro que a minha vida também não é perfeita e já passei por algumas coisas também mas isso se torna em nada quando olho para aquelas pessoas marcadas pela vida, algumas com cicatrizes tão profundas e visíveis que ficam para sempre. Não consigo imaginar como seria se tivesse de passar pelo que eles passaram. 
     À primeira vista e talvez mesmo à segunda ou terceira não te dás conta que são pessoas com problemas tão grandes que ficam afectadas psicologicamente para sempre. À primeira vista parecem pessoas normais com sentimentos e problemas normais e muitas vezes podes passar anos a conviver com essas pessoas sem realmente te dares conta que algo não está certo.  Mas se prestarmos atenção a pequenos pormenores ou apenas escutarmos as coisas que nos contam, observarmos aquelas mudanças radicais de humor sem razão aparente, a apatia ou a hiper-actividade, a sensibilidade, a agressividade... Tudo são marcas do passado que tiveram. Porque sim, não são pessoas doidas ou anormais ou problemáticas, são pessoas marcadas. E penso em quanto cuidado é preciso para lidar bem com essas pessoas e tudo o que tento é ajudá-las de alguma forma sem dar a impressão errada de ser alguma psicóloga ou algo do género para elas. Quero ser amiga e no entanto é preciso saber os limites que esse tipo de amizade pode ter. 
     Gosto imenso de conhecer pessoas, conhecer as personalidades de cada um, o porquê de alguém ser como é e fazer as coisas que faz. Acho a mente humana tão fascinante e no entanto sei que não seria de modo algum adequada para esse tipo de profissão, psicóloga ou acompanhante de jovens problemáticos etc... Porque nem sempre faço as coisas como seria correcto fazê-las. Não trato as pessoas como deveria e tanta vez que penso à noite do que fiz mal neste dia, porque respondi mal quando algum deles disse algo estúpido ou fez algo mal. Não tenho o controle suficiente sobre mim mesma para deixar as minhas emoções de lado e deixar apenas a razão falar. 
     E é assim que passo cada dia, tentando ou pelo menos pensando que irei tentar dar o meu melhor, para ser amiga e ajudá-los, penso neles com carinho, pois ao contrário do que sempre imaginei, sendo pessoas diferentes, levando como se costuma dizer uma "má vida", quando os conhecemos e vivemos e lidamos com eles damo-nos conta que afinal são iguais a qualquer um, apenas tiveram o azar de ter uma vida triste e complicada. E por isso penso: sou feliz, posso estar mil vezes agradecida de não ser como eles. De não ter de viver a vida deles. E é apenas por isso.

Ellen

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Como podes ter saudades de algo que nunca foi teu?
Porque sonhas e continuas a sonhar com o impossível?
Quando vais finalmente abrir os olhos para a realidade e dar-te conta que a realidade é a única coisa que pode ser tua?
Acorda.


Ellen