sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Por vezes pergunto-me, onde ficou aquele tempo em que ansiava por notícias tuas. Ficou o tempo perdido algures no meio desta enorme distância? Talvez. É quase engraçado, o facto, quanto mais perto estamos, mais há para escrever e  para contar. Quando estamos longe e o tempo passa e cada um vive a sua vida, as novidades deixam de existir. Cá e lá contamos algo que parece ser interessante, quando de facto não o é. As palavras ficam perdidas e deixamos de saber o que mais escrever... E o contacto perde-se, não por deixarmos de sentir saudades, não por não termos sido uma parte importante na vida do outro, simplesmente não encontramos as palavras. O que não quer dizer que não nos amemos, porque quando cruzamos aquela distância que nos separa, voltamos a encontrar o tempo, aqueles dias em que estávamos tão habituados a conversar e a conviver um com o outro. E parece que nada mudou afinal, parece que nunca houve tal distância. E isso serve de consolo, saber que apesar de não estares cá, de não fazeres parte da minha vida presente, quando nos encontrarmos de novo, damos conta que na essência das coisas nada mudou. Estás aí e és meu amigo e sei que sentirás o mesmo por mim. E é por isso que escrevo-te hoje, talvez por uma última vez por algum, ou mesmo longo tempo, escrevo-te para te garantir que não precisamos de ter medo que a nossa amizade se perca no tempo, porque sei que basta partir esta distância para as coisas voltarem ao mesmo. Sim, tenho saudades dos tempos de outrora em que estávamos juntos nos fins-de-semana e fazíamos coisas banais que nos davam alegria porque estávamos juntos de pessoas que amamos. Talvez as palavras se tenham perdido mas as memórias não. E sabe bem ter a certeza que não são apenas memórias passadas mas que haverá também boas memórias futuras. Queria que soubesses isso.

Ellen

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